Uma Viagem à Índia, publicado pela Caminho, valeu a Gonçalo M. Tavares o Grande Prémio de Romance e Novela atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores (APE), em conjunto com o Ministério da Cultura.
O prémio, no valor de 15 mil euros, é considerado um dos mais importantes em Portugal, distinguindo anualmente um autor. Segundo o comunicado da APE, Gonçalo M. Tavares foi escolhido por maioria, “ao reunir pela terceira vez”.
“É uma grande honra receber este prémio, muito prestigiado, por um livro de um género estranho”, afirmou Gonçalo M. Tavares em declarações à Lusa, acrescentando que dedica a distinção ao seu editor há dez anos, Zeferino Coelho.
O júri, presidido por José Correia Tavares, foi constituído por Cristina Robalo Cordeiro, Fernando Dacosta, Isabel Cristina Rodrigues, José Manuel de Vasconcelos, Violante Magalhães, Isabel Cristina Rodrigues e José Manuel de Vasconcelos, estes dois últimos foram os únicos que não votaram no escritor mas sim em A Cidade do Homem, de Amadeu Lopes Sabino.
A concurso foram apresentadas 99 obras, mais 14 do que no passado, sendo de 74 homens, 25 mulheres, de 43 editoras diferentes, mais dez do que no ano passado.
O Grande Prémio de Romance e Novela já distinguiu 25 autores, de 16 editoras, havendo 4 que bisaram: Vergílio Ferreira, António Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís e Maria Gabriela Llansol.
Gonçalo M. Tavares considera Uma Viagem à Índia “um livro que de certa maneira pertence a um género a que chamaria texto. É uma ficção que é pouco classificável, que normalmente está presente nos meus livros. Agrada-me muito esta ideia de um texto que cada leitor coloca e recebe de diferentes maneiras.”
“Texto” é uma palavra de que o escritor “gosta muito”, já que “permite tudo” e um género comum a quase todas as suas obras.
Uma Viagem à Índia, nas palavras de Gonçalo M. Tavares, “conta a história de Bloom e da sua viagem ao Oriente para encontrar um sábio indiano que o encaminhe espiritualmente. É a história dessa viagem mental, uma espécie de epopeia que segue o percurso físico e acima de tudo o itinerário mental de Bloom”, referiu.
Uma Viagem à Índia tinha já sido distinguida com o Prémio Melhor Narrativa Ficcional 2010 da Sociedade Portuguesa de Autores, com o Prémio Especial de Imprensa Melhor Livro 2010 Ler/Booktailors e escolhida como uma das melhores do ano pelo Público, Diário de Notícias, Expresso, Time Out e O Globo, no Brasil.
Para além disso, Gonçalo M. Tavares foi também distinguido com inúmeros prémios, entre eles, o Prémio Ler/Millennium BCP 2004 e o Prémio José Saramago 2005 para Jerusalém, o Grande Prémio de Conto APE Camilo Castelo Branco, com Água, Cão, Cavalo, Cabeça. Jerusalém foi também o romance mais escolhido pelos críticos do Público para “Livro da Década”.
A nível internacional, o escritor foi ainda galardoado com o Prémio Portugal Telecom 2007 (Brasil), o Prémio Internazionale Trieste 2008 (Itália), o Prémio Belgrado Poesia 2009 (Sérvia), o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro 2010 em França para Aprender a Rezar na Era da Técnica e o Prémio Literário dos Jovens Europeus, com o livro O Senhor Kraus.