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Ao longo de 2011 e no âmbito dos Centenários de Nascimento dos escritores Alves Redol e Manuel da Fonseca, a Editorial Caminho promoveu a reedição da obra de ambos, contribuindo assim para uma ampla divulgação do legado literário de dois dos mais importantes autores da literatura portuguesa contemporânea.
Com o objetivo de ser abordada a relevância desta iniciativa editorial, o Museu do Neorrealismo – que, graças à parceria estabelecida com a Editorial Caminho, tem também disponibilizado, na sua livraria, as obras em apreço – realiza, no sábado, pelas 16h00, uma Sessão de Auditório, com as presenças de Helena Alves, por parte da editora, e de António Mota Redol, filho do escritor Alves Redol.
António Alves Redol (29 de dezembro de 1911-29 de novembro de 1969) ficou para a história como um dos expoentes máximos do neorrealismo português, movimento que conta com um museu na cidade onde o escritor nasceu, Vila Franca de Xira.
Começou a trabalhar cedo e foi para Angola aos dezasseis anos, em busca de melhores condições de vida. Regressou três anos depois, juntou-se ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), opositor do Estado Novo, e filiou-se no Partido Comunista.
Foi responsável pela introdução em Portugal do neorrealismo, com o romance Gaibéus (1939), nome que designava os camponeses da Beira que iam para o Ribatejo fazer a ceifa do arroz, na primeira metade do século XX.
Manuel da Fonseca nasceu em Santiago do Cacém, em 15 de outubro de 1911, mas cedo veio para Lisboa, onde iniciou a sua atividade literária. Poeta, romancista, contista e cronista, toda a sua obra é atravessada pelo Alentejo e o seu povo. Ligado ao neorrealismo, evoluiu no sentido de um regionalismo crescente, ligado ao seu Alentejo natal, retratando o povo desta região e a miséria por ele sofrida. Contestatário e observador por natureza, a sua escrita era seguida de perto pela censura. Faleceu a 11 de março de 1993, com 81 anos.