Uma escultura de uma oliveira com quase cinco metros vai ser instalada junto à casa onde o escritor José Saramago viveu, em Tías, Lanzarote, em homenagem ao Nobel de Literatura português.
Segundo a Fundação Saramago, a escultura em aço vai ser instalada na rotunda que dá acesso ao complexo onde fica a casa e a biblioteca do escritor, em Tías, no dia 18 de março, data do segundo aniversário da abertura deste espaço ao público.
A iniciativa foi apresentada na passada semana numa sessão onde estiveram presentes a conselheira de Cultura do Governo das Canárias, Inés Rojas, o presidente do Cabildo de Lanzarote (órgão de governo da ilha), Pedro san Ginés, o presidente da Câmara Municipal de Tías, Francisco Hernández, e a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río.
A escultura, da autoria de José Perdomo a partir de um desenho de Esther Viña, ambos de Lanzarote, representa uma oliveira feita com as letras iniciais de José Saramago: o tronco é a letra "j" e os ramos são todos em forma da letra "s".
A iniciativa tem como objetivo deixar um testemunho da permanência de José Saramago em Lanzarote, onde se instalou em 1993, repartindo a presença na ilha com sucessivas estadas em Lisboa.
Foi em Lanzarote que Saramago escreveu Ensaio sobre a Cegueira (1995) e todas as obras que se seguiram.
No comunicado da Fundação Saramago, a presidente da entidade e viúva do escritor recorda que Lanzarote e a sua paisagem tiveram uma grande influência na obra do escritor português.
Essa influência está patente no texto "A Estátua e a Pedra", que a Fundação José Saramago vai publicar nos próximos meses e em que o autor explica que o contacto com a ilha o levou a alterar o seu estilo e a forma de ver as coisas: "Passou a interessar-lhe mais a pedra e a sua matéria do que a estátua.”
A oliveira é uma árvore simbólica da vida de José Saramago porque marcou a sua infância e adolescência, quando viveu na Azinhaga do Ribatejo, localidade onde nasceu.
Também junto à Fundação José Saramago, em Lisboa, foi replantada uma oliveira centenária trazida da Azinhaga, onde foram colocadas as cinzas do autor.