BRASIL PROMOVE VINICIUS DE MORAES A EMBAIXADOR
A Câmara dos Deputados do Brasil aprovou na terça-feira a promoção póstuma de Vinicius de Moraes a ministro de primeira classe de Itamaraty, cargo mais alto da carreira diplomática brasileira. Esta medida reabilita o trajecto profissional do poeta e compositor, que foi perseguido pela ditadura militar e expulso do Ministério das Relações Exteriores em Abril de 1969.
"A expulsão de Vinicius foi mais um acto de violência e arbítrio da ditadura. Ele foi embaixador não só do Itamaraty, mas da cultura brasileira", afirmou na ocasião a cineasta Suzana de Moraes, filha do poeta.
Vinicius de Moraes foi a vítima mais conhecida da Comissão de Investigação Sumária, que usou o Ato Institucional 5 para investigar vidas privadas e expulsar diplomatas que o regime qualificava de homossexuais, alcoólicos ou emocionalmente instáveis. O poeta foi punido pela sua vida boémia, que desagradava à linha dura do regime. Apesar disso, os registos do Ministério das Relações Exteriores revelam que era considerado um diplomata exemplar e que recebeu uma série de elogios pelo seu desempenho em nome do Brasil no exterior.