"NÃO LEVO A ESCRITA NEM A BIOLOGIA MUITO A SÉRIO" – MIA COUTO
No pré-lançamento do seu novo livro, o escritor era um homem dividido: metade por Portugal, metade por África
“A partida de futebol é sempre mais que o resultado. O mais belo num jogo é o que não se converte em pontos de classificação, é aquilo que escapa ao relatador da rádio”, escreve Mia Couto numa das crónicas que reuniu no seu último livro, Pensageiro Frequente. Nem de propósito. Duas horas antes da estreia de Portugal no Mundial, o escritor moçambicano já controlava o relógio. Perdão, à hora do pré-lançamento – coisa semelhante às antestreias do cinema, em versão livreira – porque o livro não chega já hoje às bancas.
O escritor que dizia estar ali “para conversar um pouco, que estou como vocês: também não quero perder o jogo” era à hora do pré-lançamento um homem dividido. “É muito difícil. Hoje vou estar com um conflito interior.” Mia Couto não o diz, entremeia as sílabas com suspiros e inspirações. Metade dele torce por Portugal, outra metade torce pelas nações Africanas. “África precisa dessa vitória, dessa auto-estima.”
Pode continuar a ler aqui a reportagem do i, da autoria de Sílvia Caneco, ao pré-lançamento de Pensageiro Frequente, de Mia Couto, que teve lugar ontem na Livraria CEBuchholz, em Lisboa.
Mia Couto vai também falar com os leitores sobre a sua obra na Biblioteca Municipal de Fafe, na quinta-feira, 17 de Junho, pelas 21h30, e na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão, na sexta-feira, 18 de Junho, pelas 21h00.