A obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, foi adaptada ao teatro por Mário Trigo e é levada à cena, a partir de amanhã, pelo grupo Byfurcação, na Quinta da Regaleira, em Sintra.
Em declarações à agência Lusa, Mário Trigo, que também encena, disse que “se tirou o melhor partido do cenário que são os jardins da Quinta da Regaleira, fazendo correr toda a trama neste cenário onírico”.
Mário Trigo reconheceu que o facto de a peça decorrer em espaço aberto, “exige um esforço maior dos atores, pois imprime um aspeto muito musculado ao ator, quer do ponto de vista plástico quer da complexidade do gesto e também do ponto de vista da vivência cénica dos atores, da contracena”, afirmou.
Mário Trigo sublinhou que o espaço verde da quinta “enquadra um texto que é um clássico, sublinhando o seu aspeto metafórico que é evidenciado pela cenografia e os adereços de cena”.
A Quinta da Regaleira, construída no começo do século XX, foi traçada pelo arquiteto cenógrafo italiano Luigi Manini, em estilo neomanuelino, com referências ao poema Os Lusíadas, de Camões, e inspirada nos ritos maçónicos.
Os jardins são dotados de variada vegetação, alguma com origem em países tropicais, pontes, lagos artificiais, grutas, além do palácio.
Referindo-se às sucessivas mudanças de cena que as aventuras de Alice obrigam, Mário Trigo disse que “o texto interpretado pelas personagens anuncia o espaço cénico”.
Alice no País das Maravilhas estará em cena até 30 de setembro, num espetáculo que Mário Trigo definiu “para toda a família na medida em que os mais novos centrar-se-ão no aspeto lúdico e os mais velhos irão encontrar por um lado uma história que já conhecem, mas cuja fabricação lúdica implica uma intelectualidade mais profunda”.
Catarina Salgueiro, Clara Marchana, Filipe Costa, Laura Mendes, Marco Silvestre, Miguel Tomás, Paulo Campos dos Reis, Susana C. Gaspar e Vera Fontes constituem o elenco de Alice no País das Maravilhas. A música é composta por Nuno Cintrão.