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LEYA BIS – LIVROS DE BOLSO

LIVROS DE BOLSO DA COLECÇÃO BIS

LEYA BIS – LIVROS DE BOLSO

LIVROS DE BOLSO DA COLECÇÃO BIS

Hoje é o Dia Mundial da Poesia

Ora isto, Senhores, deu-se em Trás-os-Montes,

Em terras de Borba, com torres e pontes.

Português antigo, do tempo da guerra,

Levou-o o destino pra longe da terra.

Passaram os anos, a Borba voltou,

Que linda menina que, um dia, encontrou!

Que linhas fidalgas e que olhos castanhos,

E, um dia, na Igreja correram os banhos.

Mais tarde, debaixo dum signo mofino,

Pela lua-nova, nasceu um menino.

Ó mães dos Poetas! sorrindo em seu quarto,

Que são virgens antes e depois do parto!

Num berço de prata, dormia deitado,

Três moiras vieram dizer-lhe o seu fado

(E abria o menino seus olhos tão doces):

«Serás um Príncipe! mas antes… não fosses.»

Sucede, no entanto, que o Outono veio

E, um dia, ela resolve ir dar um passeio.

Calçou as sandálias, toucou-se de flores,

Vestiu-se de Nossa Senhora das Dores:

«Vou ali adiante, à Cova, em berlinda,

António, e já volto…» E não voltou ainda!

Vai o Esposo, vendo que ela não voltava,

Vai lá ter com ela, por lá se quedava.

Ó homem egrégio! de estirpe divina,

De alma de bronze e coração de menina!

Em vão corri mundos, não vos encontrei

Por vales que fora, por eles voltei.

E assim se criou um anjo, o Diabo, o lua:

Ai corre o seu fado! a culpa não é sua!

Sempre é agradável ter um filho Virgílio,

Ouvi estes carmes que eu compus no exílio,

Ouvi-os vós todos, meus bons Portugueses!

Pelo cair das folhas, o melhor dos meses,

Mas, tende cautela, não vos faça mal…

Que é o livro mais triste que há em Portugal!

ANTÓNIO NOBRE COM CHOPIN EM FUNDO, NO CAFÉ PROGRESSO

 

O projecto Poesia in Progress organiza amanhã, dia 27 de Maio, às 21.45, no Café Progresso, no Porto, uma sessão de homenagem à poesia de António Nobre, tendo como fundo musical a obra de Chopin.

António Ramalho de Almeida apresentará , “o livro mais triste que há em Portugal”, nas palavras de António Nobre, sendo que a sessão contará ainda com a leitura de poemas por Suzana Guimarães e Armindo Cerqueira.

“É tempo de retomar esta poesia na sua exuberância verbal, explosão criativa e sentimental, melancolia dolorosa, mas também na exaltação nostálgica de vidas sonhadas ou vividas”, escreve a organização do evento.

“Cerca de 60 anos antes do nascimento do poeta do Porto nascia Frédéric Chopin, e estes dois grandes vultos do séc. XIX, apesar da distância no tempo e no lugar em que exerceram as suas artes, poética e musical, tiveram semelhantes percursos e destinos, do nascimento à morte.”

ANTÓNIO NOBRE FALECEU HÁ 110 ANOS

António Nobre faleceu faz hoje 110 anos. Nascido no Porto, a 16 de Agosto de 1867, morreu com apenas 33 anos. Em 1888 matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Desistiu e partiu para Paris, onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Jurídicas. De regresso a Portugal, tenta seguir a carreira diplomática, mas a tuberculose impede-o. Ocupou o resto dos seus dias em viagens, da Suíça à Madeira, em busca de remédio para o seu mal.

Figura entre os grandes poetas de literatura portuguesa, com as obras (Paris, 1892), Despedidas (1902) e Primeiros Versos (1921), os dois últimos publicados já depois da sua morte.

NA COMPANHIA DOS LIVROS DA BIS

Os livros da BIS são cada vez mais uma companhia indispensável para os leitores portugueses. E o número de fãs na blogosfera não pára de crescer. Hoje vamos dar destaque ao blogue Na Companhia dos Livros, um espaço onde Isabel Maia revela toda a sua paixão pela leitura, dando a conhecer algumas obras indispensáveis e embelezando as suas críticas com excertos escolhidos por si.

A crítica de A Casa da Rússia, de John le Carré, para ler aqui.

A crítica de A Conjura, de José Eduardo Agualusa, para ler aqui.

A crítica de Inês de Portugal, de João Aguiar, para ler aqui.

A crítica de Alma, de Manuel Alegre, para ler aqui.

A crítica de Terra Sonâmbula, de Mia Couto, para ler aqui.

A crítica de Os da Minha Rua, de Ondjaki, para ler aqui.

A crítica de O Vale da Paixão, de Lídia Jorge, para ler aqui.

A crítica de , de Antonio Nobre, para ler aqui.

A crítica de As Aventuras de Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, para ler aqui.

A crítica de O Processo, de Franz Kafka, para ler aqui.

 

MEMÓRIA – ANTÓNIO NOBRE

Ora isto, Senhores, deu-se em Trás-os-Montes,

Em terras de Borba, com torres e pontes.

Português antigo, do tempo da guerra,

Levou-o o destino pra longe da terra.

Passaram os anos, a Borba voltou,

Que linda menina que, um dia, encontrou!

Que linhas fidalgas e que olhos castanhos,

E, um dia, na Igreja correram os banhos.

Mais tarde, debaixo dum signo mofino,

Pela lua-nova, nasceu um menino.

Ó mães dos Poetas! sorrindo em seu quarto,

Que são virgens antes e depois do parto!

Num berço de prata, dormia deitado,

Três moiras vieram dizer-lhe o seu fado

(E abria o menino seus olhos tão doces):

«Serás um Príncipe! mas antes… não fosses.»

Sucede, no entanto, que o Outono veio

E, um dia, ela resolve ir dar um passeio.

Calçou as sandálias, toucou-se de flores,

Vestiu-se de Nossa Senhora das Dores:

«Vou ali adiante, à Cova, em berlinda,

António, e já volto…» E não voltou ainda!

Vai o Esposo, vendo que ela não voltava,

Vai lá ter com ela, por lá se quedava.

Ó homem egrégio! de estirpe divina,

De alma de bronze e coração de menina!

Em vão corri mundos, não vos encontrei

Por vales que fora, por eles voltei.

E assim se criou um anjo, o Diabo, o lua:

Ai corre o seu fado! a culpa não é sua!

Sempre é agradável ter um filho Virgílio,

Ouvi estes carmes que eu compus no exílio,

Ouvi-os vós todos, meus bons Portugueses!

Pelo cair das folhas, o melhor dos meses,

Mas, tende cautela, não vos faça mal…

Que é o livro mais triste que há em Portugal!

ANTÓNIO NOBRE FALECEU HÁ 109 ANOS

António Nobre faleceu faz hoje 109 anos. Nascido no Porto, a 16 de Agosto de 1867, morreu com apenas 33 anos. Em 1888 matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Desistiu e partiu para Paris, onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Jurídicas. De regresso a Portugal, tenta seguir a carreira diplomática, mas a tuberculose impede-o. Ocupou o resto dos seus dias em viagens, da Suíça à Madeira, em busca de remédio para o seu mal.

Figura entre os grandes poetas de literatura portuguesa, com as obras (Paris, 1892), Despedidas (1902) e Primeiros Versos (1921), os dois últimos publicados já depois da sua morte.

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